UM FLAGRANTE

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Eu tinha um compromisso às 16h. Como naquele dia estava a pé, tive de me organizar para sair uns 20 minutos antes e não atrasar.

Fazia tempo que não dava uma "espichada" nas pernas pelas ruas do meu bairro então sai caminhando devagar e observando as novidades, como se fosse a primeira vez que via tudo. Ao chegar em uma esquina avistei um senhor de costas que observava a avenida e ao seu lado um gurizinho de uns 4 anos ou menos. Vi que ele pegou algo na grade de uma casa como se tivesse pego um objeto muito valioso, sem perceber que eu me aproximava. Vi aquele senhor todo vermelho, que poderia ser do calor que fazia às 15h30 ou então de vergonha por eu ter visto o seu ato de coragem em se deitar sobre a grade e colher uma florzinha do jardim que ela protege.
Assim que me viu ele entregou a florzinha para o menino e disse:"Bem bonita essa, vamos levar pra vó plantar. Ela não tem uma assim"
Eu me senti envergonhada por ter ouvido, mas acho que era o que ele queria, como se fosse para justificar o ato. Apressei o passo e fui pensando em como a senhora que receberia as flores ficaria feliz quando as visse.
O amor é esse tipo de coisa. Eu não preciso explicar muito.
(Paola Braga )

Profª Paola Ponciano

Autora

Professora. Concurseira. Apaixonada por livros, computadores e Games. Escreve crônicas, poesias e textos de opinião.

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